Inez Viana assume incômodo ao rever personagem em 'Laços de família': 'Estereotipada, machista e até racista'

Treze anos separavam Márcia de Maria Adília. Agora, são apenas duas horas, diariamente. As personagens de “Laços de família” (2000) e “Flor do Caribe” (2013) são reprisadas na Globo nas faixas das 16h30 (“Vale a pena ver de novo”) e das 18h30, respectivamente. E têm personalidades muito distintas: enquanto a secretária da clínica de Helena (Vera Fischer) é elétrica e engraçada, a mãe de Candinho (José Loreto) tem forte carga dramática. A atriz conta que tem recebido muito carinho nas redes sociais, mas se pegou decepcionada ao rever seu primeiro papel em novelas.
— Apesar do tom debochado e cômico da Márcia, hoje a vejo bastante datada, estereotipada, machista e até racista. A receita do sucesso pessoal de uma mulher não é ter um marido. A espera do príncipe encantado ficou ultrapassada — analisa Inez, de 55 anos, casada há dez com a também atriz Debora Lamm, de 43: — Fora frases racistas que, confesso, tive vergonha em rever. Mesmo sabendo em se tratar de uma personagem, é a sua imagem que aparece ali, e isso me trouxe um grande estranhamento.

Foto: Reprodução
“Laços de família”, contudo, também lhe trouxe alegrias:
— Sinto imensas saudades dos colegas, sobretudo os do meu núcleo, como Soraya Ravenle, Ana Carbatti, Monique Curi, Luciano Quirino, Zé Victor Castiel e a musa Vera Fisher. Uma curiosidade: o bordão “Fofíssima!” fui eu que sugeri. Prontamente, foi aprovado pelo autor Manoel Carlos.

Foto: João Miguel Júnior/Rede Globo/Divulgação
Já o convite para Maria Adília chegou num momento em que a carreira teatral de Inez estava em ebulição:
— Eu já havia também me tornado uma diretora, estava ensaiando a terceira peça de minha Cia OmondÉ, ou seja, uma fase super atarefada! Mas quando o diretor Leonardo Nogueira me disse que eu ia ser a filha da Laura Cardoso, essa atriz extraordinária de quem sou muito fã, não tive como negar. E era de fato uma personagem muito diferente de todas as outras que eu havia feito, até então. Essa tinha uma carga dramática e uma história que poderia inspirar outras mulheres a não se sujeitarem aos abusos sofridos. Mesmo chegando nos dois últimos meses da novela, ela trazia segredos que desvendaria mistérios da trama.
Comparando um e outro papel com os dias atuais, a atriz acredita que houve ganhos:
— Estar no ar nessas duas reprises me revela o quanto avançamos em questões essenciais, como empatia e sororidade, e humanitárias.
fonte:extra.globo.com
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